Este festival de “escândalos seletivos” da mídia e a insanidade desta classe média ignorante podem criar um efeito colateral muito grave, no trabalho de combate à corrupção: de um lado e de outro da disputa eleitoral no Brasil, as pessoas podem ficar incrédulas, ou, pior, condescendentes com os crimes de seus afetos políticos.
É grave porque, assim, nós nunca saberemos avaliar os diferentes tipos de corrupção e tampouco conseguiremos alterar nossas próprias práticas, de modo a tornarmos nossa sociedade cada vez mais intolerante para com o “jeitinho brasileiro”.
Quem de nós é a favor da corrupção? Ninguém!
Porém, o que parece estar em pauta é a implementação de pequenos carnavais, para nos distrair e, principalmente, confundir. Diante de uma certa imprensa e de uma parte do Judiciário empenhado em perseguir apenas um partido, fica difícil conhecermos as causas e criarmos as melhores formas de superarmos este descalabro tão antigo quanto esta invenção histórica, chamada Brasil.
Ou a gente deixa a Justiça trabalhar e cobra da Justiça investigação e punição a todos os malfeitores, ou a corrupção voltará para debaixo dos tapetes de nossas instituições públicas e para trás de nosso tão restritivo e acirrado sentido de moral.