Poema de 26 de Novembro de 2011.
Uma mosca,
infame e
ininterruptamente,
higieniza-se.
Sobre o filtro de barro
cheio de água potável,
a admirar os escombros do seu banquete,
refestela-se.
O açúcar, a cenoura,
o resto de coentro,
a omelete, a soja,
a bosta do gato,
eu e minha própria bosta:
alimentos desta mosca.
Abandonados feito carcaças:
Minha carne morta, sebosa e putrefata,
minha casca fenecida, meu sangue,
minha língua, minha vida.
Farta do açúcar, do gato, do ovo, da soja,
da cenoura, do coentro e de mim, sua comida,
uma mosca, infame e ininterruptamente, se higieniza.