Mercúrio já não está retrógrado,
noites propícias a ponderações.
Depois do meu muro de três metros d’altura,
o choro tirânico duma criança mimada.
Águas perdidas correm pela calçada.
A ambulância canta a doença de alguém.
Gatos ronronam ao meu lado:
equilibram, assim, o meu esqueleto.
Evitar a osteoporose e controlar a pressão sanguínea
no holismo domesticado dos gatos.
Temíveis peixinhos enchem piscinas,
da uretra nadam até a aorta.
Do excremento sobrevivem rola-bostas.
Defende-me o meu arsenal de sinceridades.
Prevenir a amargura é projeto de vida.
Um gato a ronronar ao meu lado.
Com Mercúrio, agora progressista,
sorrir e arfar com vontade.
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