Casamento
… Uma completa falta de segredos entre duas pessoas das quais exalava um amor experiente, o qual eu admirava pelo reflexo da janela do vagão de metrô que me levava até Entre Campos. … Continuar lendo Casamento
… Uma completa falta de segredos entre duas pessoas das quais exalava um amor experiente, o qual eu admirava pelo reflexo da janela do vagão de metrô que me levava até Entre Campos. … Continuar lendo Casamento
… A lua cheia magnífica iluminava a cabeleira negra da jovem absorta que, entretanto, seguiu seu caminho a olhar para os próprios pés. Ao rapaz que corria para o metro, eu quis pedir que a notasse. Magnífica e ignorada, misteriosa e imponente, presente e futura. A lua… Continuar lendo Sucumbência
Havia o casal de cegos, guiando-se um ao outro em direção à estação Marquês de Pombal. Havia a mulher cega e insegura a transitar entre as lojas desta mesma estação. Havia o homem cego guiado por uma mulher que coreografou uma manobra entre os bancos de um vagão de metrô, antes de abrir passagem até o lugar onde ele se sentou. Havia o belo jovem cego… Continuar lendo Cegueiras
… um velho mendigo desesperava-se diante da indiferença dos transeuntes… Continuar lendo Suplício
Dois homens guineenses trabalham como os colombianos em São Paulo… Continuar lendo Trabalho
Eram muitas as pessoas ao telefone pela estação do Rossio, que resolvi retirar os fones de ouvido. Cada uma agia como se estivesse sozinhas num cubículo. Que mundos comunicavam-se diante de mim. Resolvi tentar escuta-las. … Continuar lendo Comunicação
Uma adolescente chinesa e uma portuguesa pareciam conhecer-se muito bem.
Não consegui, infelizmente, ouvir detalhes da conversa.
Falavam sobre sensações de frio e calor e a chinesa lhe disse que provinha de uma zona quente, ao sul da China, próxima à linha do equador… Continuar lendo Interação
Uma mulher idosa portuguesa entrou no ônibus, no ponto do Largo do Calvário. Emergia, cansada, da noite fria. Pareceu-me mal agasalhada. Levava duas bolsas grandes, repletas do que talvez fossem papéis e pedaços de panos. As bolsas não pareciam pesadas. Levaria ela também um cobertor? Mantinha-se atenta e firme, sem sequer cambalear ante os solavancos do veículo. Falava sozinha. Usava o cabelo amarrado, com um pequeno coque no alto … Continuar lendo Firmeza
Um homem jazia fechado num saco mortuário branco, em frente à câmara de Lisboa. Seu cadáver era velado por uma idosa que, entretanto, deixou-o, provavelmente após lhe oferecer uma prece. Supus que o defunto estava à espera de quem o levasse dali, que ele era um velhote querido e que seu passamento fora rápido. Seria aquela senhora sua viúva? Um policial, posicionado a cerca de dois … Continuar lendo Fúnebre
Já não é garantida a incolumidade dos guarda-chuvas deixados no porta guarda-chuvas da portaria da escola. Continuar lendo Insegurança