Comentário publicado no Facebook a 05 de Outubro de 2015, acerca do resultado das eleições legislativas deste ano, em Portugal:
Amigos e amigas de Portugal, convido-os a ler os significados destas eleições com um pouco mais de amplitude.
Vão às fronteiras deste sistema político caduco e poderão ver:
ao contrário do que parece, o ‘povo’ fez com que o Poder se movesse. Sutilmente, ele rejeitou a matéria-prima do ‘latim’ anacrónico dos comentaristas televisivos.
Ruíram-se castelos e muros.
Vão lá, vejam que beleza!
O ‘povo’, meus caros e caras, esta entidade amorfa e de difícil acesso, cheia de vontades muito bem escondidas, tem ‘natureza’ discreta, acostumada à chacota e ao desrespeito. Por sua discrição é, muitas vezes, apressada e atabalhoadamente, considerada ignorante. Todavia, não o é. Pelo contrário, sua esperteza comove-me até as lágrimas, quase.
Vão aos limites de onde sua visão embaçada pela dúvida e pela frustração lhes permite ver.
Ao ‘cantinho’ onde quase ninguém vai, onde as regras parecem tocar o vazio, muitos portugueses foram, no último domingo, dia 04. Lá, encontraram-se, congratularam-se e, ao que parece, selaram acordo irreversível para uma nova ‘revolução’.
Estas gentes queridas conservam a esperança, ainda que tenham perdido a confiança naquilo – e naqueles – que lhes pareciam assegurar a vida. E quando se abre mão ‘desta’ vida, o que poderá surgir em seu lugar?
Isto é apenas o começo. Que começo!
N’outra parte, continuam a salivar e a falar os hipnotizados pelo velho poder agonizante. Perdem-se junto com seus patrões.
O povo, amigos e amigas, esta entidade amorfa e engraçada, é, em suas contradições, a expressão mais exata da sabedoria.
O poder emana do povo, mesmo quando os sinais parecem dizer o contrário.
Estou feliz por ter presenciado um acontecimento tão belo. Viva Portugal!
A Direita também tem falado de POVO. Mas em que POVO a Direita tem pensado?