Palavras errantes
… Coitada, enfadada,
devias estar empregada
numa empresa hoteleira
a servir clientela estrangeira… Continuar lendo Palavras errantes
… Coitada, enfadada,
devias estar empregada
numa empresa hoteleira
a servir clientela estrangeira… Continuar lendo Palavras errantes
… Cidade nova, presença soterrada.
Ainda cantam aquelas pessoas.
Pulsam, ressuscitadas… Continuar lendo Presente
… A minha Vênus, atormentada, coitada, nem mesmo se inclina para sentir o cheiro da tua axila… Continuar lendo A Vênus saturnina
…
Cantavam, discretos. Riam, dolentes,
a se consolarem ante a difícil jornada.
O choro, o espasmo e a revolta
antecedem a luta renhida… Continuar lendo Milhões
… Esvaída, finalmente,
do meu labirinto de entranhas, verte-se, falecida,
pela louça branca e mergulha, audaz,
no seixo igualmente sinuoso dos esgotos,
o qual encontrará depois da cloaca fedida… Continuar lendo Confiável amiga
… Por que dormes tão bem, por que sonhas,
quando já não te resta sequer uma centelha daquilo que eras?… Continuar lendo Lembra-te, amor!
… Até que nos saudaram os espíritos atordoados,
despertados pela nossa encenação desprezível,
vivida por nós com entorpecimento e fúria,
no limbo entre dois mundos… Continuar lendo Aberrante
… A obviedade fulminante
da faísca primordial,
daquela lâmina da guilhotina,
do nó da forca,
da torpe palavra
enfaticamente lançada
boca afora pelo pensador medíocre
que se enxerga um Omar Khayyam… Continuar lendo O medíocre
… A espinha fez-se ferida.
Revoltada, criou uma crosta.
Agora tornou-se carúncula
com feição enraivecida.
Eu sucumbi à sua raiva
exposta sobre o meu lábio,
embaixo da ventana direita… Continuar lendo Carúncula
… Este poema tem, pois, um prazo de validade… Continuar lendo Fúria